Olá pessoas!!!
Meu BLOG foi apelidado de "Blog do Mau" porque tenho o péssimo hábito de denunciar o que está errado. Mas também "dou a César o que é de César". É denunciando que as coisas acontecem!!!
Não basta ficar reclamando, murmurando e lamuriando com pessoas erradas que nada vão fazer para mudar a situação. É preciso denunciar, apontar o erro, cobrar atitudes e mudanças significativas.
Eu vivo abrindo a temporada de “caça às bruxas" que, no caso, sou eu. Sei que incomodo muita gente quando exponho a verdade que todos escondem embaixo de suas pomposas cadeiras.
Já sofri vários tipos de ameaças, mas não tenho medo de "bicho papão" e nem de pessoas de caráter duvidoso.
Após receber
várias reclamações dos usuários do IPEC – Instituto de Pesquisas Clínicas
Evandro Chagas – FIOCRUZ/RJ, acerca do demorado atendimento na Farmácia, fui ao
local para checar as informações. Lá,
tive a oportunidade ímpar de conversar com os Farmacêuticos Jairo Nogueira e
Lion Gabriel, profissionais que trabalham na “linha de frente” do atendimento e
que prontamente me passaram todas as informações sobre os últimos
acontecimentos.
É importante
que fique bem claro que a Farmácia do IPEC, dentre todas as farmácias de
instituições públicas federais, é uma das melhores, isso se não for a melhor,
em qualidade no atendimento ao usuário e dispensação de medicamentos.
Segundo Jairo
Nogueira, “uma das causas principais para o aumento na demanda na farmácia, se
deve aos novos casos de pessoas infectadas por HIV e, conforme novo protocolo
do Ministério da Saúde, independente da contagem de células CD4, o tratamento
com antirretrovirais deve ser iniciado o mais breve possível.” Embora a notícia
não seja veiculada na mídia, a contaminação por HIV está sem freios e aparas,
ou seja, mesmo com as informações disponíveis as pessoas continuam sendo
infectadas e infectando outras tantas, por NÃO ACREDITAREM nos riscos que estão
correndo. “O número de novos casos positivos, triplicou em um ano em todas as
faixas etárias. É preciso alertar a população, não só no carnaval, mas também
no dia a dia” (Jairo Nogueira).
A Farmácia
possui um quadro de profissionais capacitados, treinados e em número suficiente
para atender a demanda, o problema é o espaço físico. Jairo Nogueira também
comentou que, “as pessoas são direcionadas para aguardarem sua vez na sala de
espera do Hospital Dia, que é refrigerada e confortável, tem até uma TV, mas os
usuários reclamam da espera junto com outras pessoas, e dizem que estão
correndo risco de contraírem alguma doença, preferem ficar sentados no sol, ou
em pé na porta da Farmácia”. Ele também me falou das agressões verbais, com
palavras de baixo calão e da atitude de um usuário que tentou agredir,
fisicamente, uma farmacêutica.
São vários os
fatores que contribuem para a longa espera na fila: usuário com mais de 3(três)
receitas; a dispensação precisa ser feita de maneira cuidadosa; alguns usuários
gostam de ficar conversando com o farmacêutico que o atende; o número de
guichês é insuficiente e o número de usuários novos/dia é crescente.
Jairo Nogueira e Lion Gabriel comentaram sobre o projeto de mudança para um espaço maior, em breve, o qual terá 6 (seis) guichês para atendimento.
Sabemos que
essa mudança vai minimizar o problema, mas não vai resolvê-lo. A solução começa
por melhorias na saúde pública do País, mais campanhas preventivas, mais
unidades de atendimento básico, mais especialista nos ambulatórios e não
somente voltados para pesquisas, melhor administração do dinheiro público
destinado à saúde, à compra de medicamentos e gestores sérios e comprometidos
com as Instituições que administram.
Faço aqui um
apelo aos usuários que utilizam a Farmácia do IPEC/FIOCRUZ-RJ: não é com ofensas
e agressões que vocês vão conseguir prioridade no atendimento. Vocês estão
lidando com profissionais qualificados, servidores públicos que merecem todo
nosso respeito e admiração. Não pensem que a Farmácia é a extensão do quintal de
suas casas. Quem quer respeito, precisa saber respeitar o seu semelhante.
Aproveitando
a oportunidade, denuncio aqui que a distribuição de insumos preventivos,
campanhas na mídia e entidades trabalhando durante o carnaval, foi
insuficiente, deficiente e elitizada. Apenas a Zona Sul teve farta distribuição
de camisinhas, etc.. A área do centro da cidade do RJ, onde tudo acontece, tudo
mesmoooo, ficou descoberta. As únicas entidades que promoveram ações foram: o
Grupo Pela Vidda-RJ na semana do Carnaval, e o Grupo Vitamóre no Carnaval do
Centro do RJ e no Município de Nilópolis. Aí dizem que eu falo demais, que as
coisas não são bem assim, etc.
Na hora que
acontece algum evento midiático, aparece ONG de tudo quanto é lugar para “sair
bem na foto” ao lado de estrelas da TV, Gestores da Saúde, etc. Mas, calçar um
tênis, carregar peso, passar um dia inteiro no meio do povo distribuindo
material informativo, preservativos e esclarecendo todo tipo de dúvida sobre
DST, ninguém quer!!!!! Bom mesmo é viajar, participar de eventos dentro de
hotéis refrigerados, com comida garantida e ainda sair reclamando.
Minha avó
sempre dizia: “fazer um filho é bom e fácil, quero ver é aguentar a dor de
colocá-lo para fora e guiá-lo no mundo”. Agora eu entendo bem o que ela queria
dizer com isso.
Bjs
Sandra Do Valle