PROJETO DE PROTEÇÃO À GESTANTE
Boa tarde Dr. Antônio Werneck!!
Meu nome é Sandra do Valle e gostaria de saber algumas informações sobre o Programa de Atenção à Gestante. Eu já conhecia o projeto que foi lançado primeiro em Mato Grosso do Sul pelo seu criador Dr. Carlos Augusto Botelho, Superintendente da APAE de Campo Grande-MTS , depois em Goiânia, Rio Grande do Sul e Maceió. Foi ele quem me falou que o Instituto Vital Brasil implantou o projeto.
Fazendo uma comparação entre o projeto original e o que está sendo oferecido pelo IVB, existe uma diferença quase que letal, vou explicar sobre o que estou falando: no projeto original é feita a pesquisa de 13 exames que podem diagnosticar as seguintes patologias: Doença de Chagas, hepatite B, citomegalovírus, hepatite C, HTLV, rubéola, HIV, sífilis e toxoplasmose. Já os exames feitos no IVB, segundo informações “coladas” do site : “... com apenas algumas gotas de sangue da grávida, o exame identifica doenças como Aids, sífilis, toxoplasmose e hepatite B, além de distinguir a classificação sanguínea e os níveis de hemoglobina e glicose...”
Até aí não existe nenhuma novidade na questão do exame pré-natal da rede pública, apenas o processo está sendo facilitado pelo IVB. Os mais importantes foram deixados de fora que é a pesquisa da Doença de Chagas que tem sua transmissão vertical tanto quanto o HTLV.
A migração nordestina na busca de um “eldorado” nas grandes empreiteiras fluminenses que contratam visando o ouro do pré-sal, é uma porta aberta para a proliferação dessas doenças que têm sua maior concentração de infectados nas regiões norte e nordeste. Se o exame de HTLV e Doença de Chagas não fizerem parte da rotina de exames do pré-natal, em médio prazo teremos índices absurdos de infectados que, embora apenas 5% dos infectados, no caso do HTLV, venham a desenvolver alguma doença relacionada ao vírus, esse percentual é bastante significativo e causa um impacto econômico muito grande, além do custo social altíssimo. O mesmo acontece com relação à Doença de Chagas, a infecção por T.cruzi pode ocorrer, em menor escala, através de transfusão de sangue e, muito raramente, por transmissão oral, congênita, manuseio de animais silvestres e domésticos, transplantes de órgãos e acidentes em laboratórios e hospitais. O impacto econômico e social é o mesmo. O custo desses pacientes crônicos atinge cifras alarmantes Não existe medicação efetiva, apenas paliativa. Então porque não prevenir já na gestação? Assim evitaríamos muitos problemas futuros orientando a gestante e dando-lhe o encaminhamento devido em caso de resultado positivo.
Assim como é feito para o HIV positivo, porque não para outras patologias tão graves quanto?
Pelos motivos acima expostos, sendo eu a representante dos portadores do vírus HTLV e Doença de Chagas, pela Associação Lutando Para Viver Amigos do IPEC/FIOCRUZ-RJ e, cabe aqui informar, estou buscando aliados nesse meu objetivo de “popularizar” o exame de HTLV e Chagas, fico no aguardo de respostas.
Atenciosamente,
Sandra do Valle
Associação Lutando Para Viver Amigos do IPEC
Representante dos Portadores do HTLV
21-87124634
21-26182713
Fonte: Doença de Chagas e seus principais vetores no Brasil...(et al.).-RJ: Imperial Novo Milênio:Fundação Oswaldo Cruz:Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro,2008.
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