quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ATAQUE AS ONGS



Olá Pessoas!!
A situação de portadores de retrovírus vai de mal a pior, estamos retrocedendo no tempo. Como se não bastasse a falta de leitos para pacientes com AIDS, a falta de medicamentos que tem sido uma constante e o corte de verbas para programas de saúde pública, agora as instituições que brigam para não perderem o que conquistaram, estão sendo “atacadas” por pessoas que se dizem funcionários do INSS. Foi postado no dia 11/11, em um Blog, a seguinte notícia/denúncia: “Notícia divulgada na mídia diz que em 10 anos quase 200 milhões de reais deixaram de ser investidos no PN-DST-AIDS (Programa Nacional de DST-Aids) por prefeituras e estados da União. Como se trata de verba carimbada, ou seja, não pode ser usado em outros fins, o dinheiro está parado.

Isso é um escândalo e mostra como falamos a verdade quando denunciamos aqui o desmonte do SUS patrocinado por um Estado que privilegia a medicina particular em detrimento da medicina pública.

Mas não esperem muitas críticas dos "ativistas" de ONGs relacionadas à epidemia de AIDS, não esperem discursos contundentes ou ações judiciais contra o governo. Afinal de contas, esses "ongueiros" e "ativistas" dependem totalmente desse mesmo governo para patrocinar suas organizações, viagens e congressos.”

O ataque as ONGS não ficou só nisso, quem postou o texto foi mais além....... “Não irão abrir a boca pra criticar o Ministro da Saúde. Mas se esses ongueiros, que viajam o país todo bancados por sua atividade, quiserem se aposentar pelo INSS por invalidez e tiverem o pedido indefirido, ah ai sim se preparem pois a grita será geral. Afinal de contas, para trabalhar são incapazes, mas para serem ongueiros ativistas e viajarem o mundo todo organizando e participando de eventos sociais e midiáticos, são plenamente capazes.”

Eu quero deixar bem claro para a pessoa que fez esse “desabafo”, que o portador de um retrovírus é um paciente crônico. O seu dia-a-dia é cheio de incertezas, sua saúde é instável e ele torna-se um ativista, exatamente para brigar pelo que o próprio blogueiro denunciou.
Nós, ativistas, muitas vezes comprometemos nossa saúde, viajando, participando de Congressos e/ou Seminários, em busca de soluções para nossas causas. Se ficarmos sentados, em nossas casas, lamentando nossa saúde sem movermos uma palha para cobrarmos a assistência que nos é devida do poder público, o número de óbitos por AIDS e outras DSTs, seria N vezes maior do que é.
Acredito que o blogueiro seja um perito do INSS que, no geral, são pessoas totalmente despreparadas para avaliar até mesmo uma unha encravada, ou seja, “como médicos são excelentes pedreiros”.  A culpa não é nossa se vocês não passam por um treinamento para saber o grau de comprometimento e iminente incapacidade de um portador de HIV, HTLV ou qualquer outra DST crônica. Vivemos em um país onde a saúde não tem prioridade, se estamos bem hoje, o amanhã a Deus pertence. Vivemos um dia de cada vez e lutamos para que outras pessoas não passem pelo que passamos, a começar pelo texto ofensivo que bem demonstra como somos tratados quando temos que passar pela perícia do INSS, até conseguirmos nossa aposentadoria.

Estou como Presidente de uma ONG, viajo sim, participo de Congressos/Seminários sim, solicito apoio do Departamento de DST/AIDs e Hepatites Virais sim, se eu não fizesse isso, vocês peritos do INSS não saberiam o que é PET/MAH e nem o que é ATL. Meu trabalho nesses eventos é o de cobrar políticas de saúde pública para o enfrentamento da epidemia  HTLV, mas creio que você não saiba do que se trata. Se o Departamento me fornece apoio, é porque existe uma verba específica para isso, concorda?
Nós, ativistas, não fazemos “turismo midiáticos”, QUEM FAZ ISSO SÃO OS POLÍTICOS, é preciso saber separar o “joio do trigo”. Caro blogueiro, antes de publicar qualquer coisa sobre qualquer tipo de ativismo, procure obter informações corretas. Não saia disparando a sua metralhadora de frustrações em todas as direções. Peça sua aposentadoria ou mude de profissão, é o mais sensato a fazer.

Quanto ao “200 milhões” que não foram utilizados, apesar das ONGS brigarem para utilização desse recurso, ele esbarrou nas muralhas da burocracia, já foi recolhido e o sistema mudou. Agora não existe mais “verba carimbada”, a verba será destina a saúde no geral, ou seja, mais recursos que escorregarão para os sumidouros das Prefeituras e Estados da União, assim como aconteceu com a CPMF. Como falei, o que estava ruim vai ficar pior.

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