Olá Pessoas!!
A situação de portadores de
retrovírus vai de mal a pior, estamos retrocedendo no tempo. Como se não
bastasse a falta de leitos para pacientes com AIDS, a falta de medicamentos que
tem sido uma constante e o corte de verbas para programas de saúde pública,
agora as instituições que brigam para não perderem o que conquistaram, estão
sendo “atacadas” por pessoas que se dizem funcionários do INSS. Foi postado no
dia 11/11, em um Blog, a seguinte notícia/denúncia: “Notícia divulgada na mídia diz
que em 10 anos quase 200 milhões de reais deixaram de ser investidos no
PN-DST-AIDS (Programa Nacional de DST-Aids) por prefeituras e estados da União.
Como se trata de verba carimbada, ou seja, não pode ser usado em outros fins, o
dinheiro está parado.
Isso é um escândalo e mostra como falamos a verdade quando denunciamos
aqui o desmonte do SUS patrocinado por um Estado que privilegia a medicina
particular em detrimento da medicina pública.
Mas não esperem muitas críticas dos "ativistas" de ONGs relacionadas
à epidemia de AIDS, não esperem discursos contundentes ou ações judiciais
contra o governo. Afinal de contas, esses "ongueiros" e
"ativistas" dependem totalmente desse mesmo governo para patrocinar
suas organizações, viagens e congressos.”
O ataque as ONGS não ficou só nisso, quem postou o texto foi
mais além....... “Não irão abrir a
boca pra criticar o Ministro da Saúde. Mas se esses ongueiros, que viajam o
país todo bancados por sua atividade, quiserem se aposentar pelo INSS por
invalidez e tiverem o pedido indefirido, ah ai sim se preparem pois a grita
será geral. Afinal de contas, para trabalhar são incapazes, mas para serem
ongueiros ativistas e viajarem o mundo todo organizando e participando de
eventos sociais e midiáticos, são plenamente capazes.”
Eu quero deixar bem claro para a pessoa que fez esse
“desabafo”, que o portador de um retrovírus é um paciente crônico. O seu
dia-a-dia é cheio de incertezas, sua saúde é instável e ele torna-se um ativista, exatamente para brigar pelo
que o próprio blogueiro denunciou.
Nós, ativistas,
muitas vezes comprometemos nossa saúde, viajando, participando de Congressos
e/ou Seminários, em busca de soluções para nossas causas. Se ficarmos sentados,
em nossas casas, lamentando nossa saúde sem movermos uma palha para cobrarmos a
assistência que nos é devida do poder público, o número de óbitos por AIDS e
outras DSTs, seria N vezes maior do que é.
Acredito que o blogueiro seja um perito do INSS que, no
geral, são pessoas totalmente despreparadas para avaliar até mesmo uma unha
encravada, ou seja, “como médicos são excelentes pedreiros”. A culpa não é nossa se vocês não passam por
um treinamento para saber o grau de comprometimento e iminente incapacidade de
um portador de HIV, HTLV ou qualquer outra DST crônica. Vivemos em um país onde
a saúde não tem prioridade, se estamos bem hoje, o amanhã a Deus pertence.
Vivemos um dia de cada vez e lutamos para que outras pessoas não passem pelo
que passamos, a começar pelo texto ofensivo que bem demonstra como somos
tratados quando temos que passar pela perícia do INSS, até conseguirmos nossa
aposentadoria.
Estou como Presidente de uma ONG, viajo sim, participo de
Congressos/Seminários sim, solicito apoio do Departamento de DST/AIDs e
Hepatites Virais sim, se eu não fizesse isso, vocês peritos do INSS não
saberiam o que é PET/MAH e nem o que é ATL. Meu trabalho nesses eventos é o de
cobrar políticas de saúde pública para o enfrentamento da epidemia HTLV, mas creio que você não saiba do que se
trata. Se o Departamento me fornece apoio, é porque existe uma verba específica
para isso, concorda?
Nós, ativistas,
não fazemos “turismo midiáticos”, QUEM FAZ ISSO SÃO OS POLÍTICOS, é preciso saber separar o “joio do trigo”.
Caro blogueiro, antes de publicar qualquer coisa sobre qualquer tipo de
ativismo, procure obter informações corretas. Não saia disparando a sua
metralhadora de frustrações em todas as direções. Peça sua aposentadoria ou
mude de profissão, é o mais sensato a fazer.
Quanto ao “200 milhões” que não foram utilizados, apesar das
ONGS brigarem para utilização desse recurso, ele esbarrou nas muralhas da burocracia, já foi recolhido e o sistema
mudou. Agora não existe mais “verba carimbada”, a verba será destina a saúde no
geral, ou seja, mais recursos que escorregarão para os sumidouros das
Prefeituras e Estados da União, assim como aconteceu com a CPMF. Como falei, o que estava ruim vai ficar pior.
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